sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

A rebeldia de Adriano - parte 1

Em apenas dois dias, Adriano, atacante do São Paulo, não cumpriu a regra do clube e apareceu sem a camisa do time, quando deveria estar uniformizado. Teve seu carro (um Porshe) batido por um amigo. Chegou atrasado no treino, não participou do treino, saiu do Centro de Treinamento sem permissão e, para finalizar, ameaçou agredir um fotógrafo na saída do CT da Barra Funda.

Adriano, solução ou problema?


Quinta-feira, 28 de fevereiro: A delegação do São Paulo desembarca da viagem de volta da Colômbia, após o empate em 1 a 1 com o Nacional de Medelín, pela Libertadores. Todos os jogadores e a comissão técnica do time estavam uniformizados, menos o atacante Adriano.

Sexta-feira, 29 de fevereiro: Adriano chega 28 minutos atrasado no treino, foi direto ao Reffis (Reabilitação Esportiva Fisioterápica e Fisiológica) para um suposto tratamento físico, foi para o campo, retornou para o Reffis e simplesmente foi embora, sem a autorização do clube. Na saída, assediado pelos fotógrafos, Adriano ainda teria ameaçado agredir fisicamente um fotógrafo.

Resultado: O São Paulo divulgou que Adriano será multado em 40% do seu salário pelo atraso de 28 minutos e pela saída do treino sem a permissão do clube. O clube, representando pelo seu Presidente, Juvenal Juvêncio, terá uma conversa neste sábado pela manhã com o jogador, para que seu futuro no clube seja decidido. Segundo o vice-presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros, nem sequer uma rescisão contratual está descartada.


Diversos são os jogadores do futebol mundial reconhecidos pelo seu gênio rebelde, Adriano é um deles. Na Inter de Milão, aonde chegou a ser considerado um dos melhores jogadores do mundo, Adriano teve uma série de problemas de "indisposição" com o time. Depois de amargar um bom tempo na reserva (ou sequer isso) do time, ele foi emprestado ao São Paulo por 6 meses, com o intuito de "melhorar" seu lado psicológico.
Para o clube paulista, Adriano é uma excelente contratação. Jogador muito badalado, de qualidade comprovada e em uma posição que o time tem certa carência. Mas até que ponto Adriano deixa de ser uma solução e passa a ser um problema? Os problemas acima são indícios de que esse "ponto" pode estar mais próximo do que o São Paulo imaginava...

O São Paulo Futebol Clube possui excelência quando se trata da recuperação de jogadores lesionados. Com uma admirável estrutura física e profissionais competentes, o clube é referência no assunto. Mas desde quando ele consegue reabilitar "jogadores problemáticos", como Adriano? Ou o próprio Carlos Alberto (ao que tudo indica, é questão de tempo para que os problemas com ele surjam...). Talvez o time tenha se precipitado ou mesmo tenha sido prepotente ao pensar que, no "ambiente São Paulo", Adriano seria um jogador com atitudes exemplares, blá blá blá.

A multa de 40% não significará muito para Adriano, mas a conversa com o presidente do clube talvez tenha efeito. É necessário deixar bem claro para "Imperador" que o São Paulo tem muito mais para lhe ajudar do que o oposto. Hoje ele tem 25 anos e pode se dar ao luxo de situações como estas, mas daqui a 5 anos tudo pode ser diferente. De qualquer forma, se tudo der certo, a dupla Adriano/São Paulo pode sim render belos frutos para o clube paulista. Eis que a dúvida continua... solução ou problema?

>> A postagem recebeu o título "A rebeldia de Adriano - parte 1", porque este blogueiro acredita que, se Adriano continuar no São Paulo, outras partes aparecerão...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Final da TG: Flamengo 2 x 1 Botafogo

"... Raça, amor e paixão, oh meu mengoo...". O Flamengo conquistou neste domingo a 18ª Taça Guanabara de sua história. Jogo disputado, com alta qualidade técnica e tática, penâlti, expulsões, golaço nos acréscimos... no fim, 2 a 1 para os rubro-negros, atuais bicampeões da competição. PARABÉNS.


Neste domingo, 24 de fevereiro, o estádio do Maracanã recebeu um público de 84 mil espectadores (74 mil pagantes) que assistiram a final da Taça Guanabara entre Flamengo e Botafogo. Com o jogo empatado em 1 a 1 até os acréscimos do 2º tempo, Diego Tardelli marcou um golaço e deu a vitória para o Urubu.
O espetáculo pode ser dividido em duas partes: o belo futebol jogado pelos dois times e a questão arbitragem/choro do Botafogo.

Mais do que comentar sobre erros ou acertos da arbitragem, é necessário falar sobre o futebol apresentado pelos times em campo.
O Flamengo tem dois dos melhores laterais que atuam no país, Leornado Moura e Juan. Ibson no meio de campo mostrou-se sólido, com excelente visão de jogo, bons passes e paciência na hora certa. A base do time 3º colocado do campeonato barsileiro de 2007 foi mantida (Bruno, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim, Jônathas, Souza, Obina...), a chegada de reforços (Kléberson e Diego Tardelli), o técnico Joel Santana e, principalmente, a torcida, provam que o Flamengo tem capacidade suficiente para figurar como um dos melhores times do futebol brasileiro neste ano, senão o melhor.
Já o Botafogo tem o respaldo de ter Cuca no banco de reservas, sem dúvidas, um dos grandes técnicos brasileiros da atualidade. É só lembrar que, no começo do ano, o Botafogo praticamente não tinha time. Wellinton Paulista, Zé Carlos, Alessandro, Adriano Felício... todos jogadores quase "desconhecidos", que compuseram um time capaz de brigar de igual (ou melhor) com Fluminense e Flamengo, times que mantiveram uma base ou que gastaram muito em reforços.
Velocidade, eficiência tática e belíssimas jogadas abrilhantaram o futebol apresentado pelos times no clássico que, infelizmente, ficou marcado pela arbitragem/encenação do Botafogo (pós-jogo).

Sob o aspecto da conhecida frase "Há coisas que só acontecem com o Botafogo", o jogo teve dois momentos que causaram revoltas por parte dos alvinegros: o primeiro foi a marcação do pênalti que Ferrero cometeu em Fábio Luciano. E o segundo foram as expulsões de Zé Carlos e Lúcio Flávio. Ambos assinalados pelo árbitro da partida, Marcelo de Lima Henrique.
O resultado foi uma cena protagonizada pelo elenco do Botafogo (jogadores, técnico e presidente) em que Lúcio Flávio e Túlio desabafaram, Cuca quase pediu demissão e, o mais impressionante, o presidente do clube, Bebeto de Freitas afirmou que estava renunciando do cargo (em nota oficial o clube informa que Bebeto não renunciou, o presidente encontra-se de licença por prazo indeterminado).

Ora, não há o que reclamar. O pênalti realmente aconteceu e as expulsões foram absolutamente justas. E se, durante a partida, houve erros da arbitragem, tenham a certeza que não foi por mal-intenção do árbitro. Em outros lances, aliás, o Flamengo foi o prejudicado, como no impedimento mal marcado do Obina, ou na não expulsão de Ferrero, que cometeu uma falta violenta em Cristian.
E mais, é bom lembrarmos aa final do campeonato brasileiro de 1995, contra o Santos. A final da própria Taça Guanabara, contra o América, agora em 2006. Ou mesmo o jogo contra o Atlético Mineiro, no ano passado. Em todos esses jogos, o Botafogo foi visivelmente beneficiado e, em nenhum, houve uma reação tão exacerbada como a presenciada ontem, após o jogo.

O Botafogo não vai perder seu técnico, não vai perder jogadores, seu presidente não renunciará. A Copa do Brasil e a Taça Rio podem ser conquistadas, mas para isso, é preciso que se aprenda uma lição: às vezes, a razão deve falar mais alto do que a emoção. Calma Fogão, calma!