segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Final da TG: Flamengo 2 x 1 Botafogo

"... Raça, amor e paixão, oh meu mengoo...". O Flamengo conquistou neste domingo a 18ª Taça Guanabara de sua história. Jogo disputado, com alta qualidade técnica e tática, penâlti, expulsões, golaço nos acréscimos... no fim, 2 a 1 para os rubro-negros, atuais bicampeões da competição. PARABÉNS.


Neste domingo, 24 de fevereiro, o estádio do Maracanã recebeu um público de 84 mil espectadores (74 mil pagantes) que assistiram a final da Taça Guanabara entre Flamengo e Botafogo. Com o jogo empatado em 1 a 1 até os acréscimos do 2º tempo, Diego Tardelli marcou um golaço e deu a vitória para o Urubu.
O espetáculo pode ser dividido em duas partes: o belo futebol jogado pelos dois times e a questão arbitragem/choro do Botafogo.

Mais do que comentar sobre erros ou acertos da arbitragem, é necessário falar sobre o futebol apresentado pelos times em campo.
O Flamengo tem dois dos melhores laterais que atuam no país, Leornado Moura e Juan. Ibson no meio de campo mostrou-se sólido, com excelente visão de jogo, bons passes e paciência na hora certa. A base do time 3º colocado do campeonato barsileiro de 2007 foi mantida (Bruno, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim, Jônathas, Souza, Obina...), a chegada de reforços (Kléberson e Diego Tardelli), o técnico Joel Santana e, principalmente, a torcida, provam que o Flamengo tem capacidade suficiente para figurar como um dos melhores times do futebol brasileiro neste ano, senão o melhor.
Já o Botafogo tem o respaldo de ter Cuca no banco de reservas, sem dúvidas, um dos grandes técnicos brasileiros da atualidade. É só lembrar que, no começo do ano, o Botafogo praticamente não tinha time. Wellinton Paulista, Zé Carlos, Alessandro, Adriano Felício... todos jogadores quase "desconhecidos", que compuseram um time capaz de brigar de igual (ou melhor) com Fluminense e Flamengo, times que mantiveram uma base ou que gastaram muito em reforços.
Velocidade, eficiência tática e belíssimas jogadas abrilhantaram o futebol apresentado pelos times no clássico que, infelizmente, ficou marcado pela arbitragem/encenação do Botafogo (pós-jogo).

Sob o aspecto da conhecida frase "Há coisas que só acontecem com o Botafogo", o jogo teve dois momentos que causaram revoltas por parte dos alvinegros: o primeiro foi a marcação do pênalti que Ferrero cometeu em Fábio Luciano. E o segundo foram as expulsões de Zé Carlos e Lúcio Flávio. Ambos assinalados pelo árbitro da partida, Marcelo de Lima Henrique.
O resultado foi uma cena protagonizada pelo elenco do Botafogo (jogadores, técnico e presidente) em que Lúcio Flávio e Túlio desabafaram, Cuca quase pediu demissão e, o mais impressionante, o presidente do clube, Bebeto de Freitas afirmou que estava renunciando do cargo (em nota oficial o clube informa que Bebeto não renunciou, o presidente encontra-se de licença por prazo indeterminado).

Ora, não há o que reclamar. O pênalti realmente aconteceu e as expulsões foram absolutamente justas. E se, durante a partida, houve erros da arbitragem, tenham a certeza que não foi por mal-intenção do árbitro. Em outros lances, aliás, o Flamengo foi o prejudicado, como no impedimento mal marcado do Obina, ou na não expulsão de Ferrero, que cometeu uma falta violenta em Cristian.
E mais, é bom lembrarmos aa final do campeonato brasileiro de 1995, contra o Santos. A final da própria Taça Guanabara, contra o América, agora em 2006. Ou mesmo o jogo contra o Atlético Mineiro, no ano passado. Em todos esses jogos, o Botafogo foi visivelmente beneficiado e, em nenhum, houve uma reação tão exacerbada como a presenciada ontem, após o jogo.

O Botafogo não vai perder seu técnico, não vai perder jogadores, seu presidente não renunciará. A Copa do Brasil e a Taça Rio podem ser conquistadas, mas para isso, é preciso que se aprenda uma lição: às vezes, a razão deve falar mais alto do que a emoção. Calma Fogão, calma!

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